quarta-feira, 27 de maio de 2009

Confraria da Leitura: A estrutura da bolha de sabão. Texto de Lygia Fagundes Telles

Comentários de Ivânia (em 25/05/09):

Texto intrigante a partir do título: “A estrutura da bolha de sabão”!? Pensei: qual o esqueleto de uma bolha, quais elementos a sustentam? Formada através do sopro exato, nem forte, nem fraco, no aro envolvido de água e sabão, se faz: película transparente e sai no ar, flutuando cheia de ar, pelo ar, vai voando, dançando e deslizando, a bolha de sabão.

Sutil, delicada, frágil, leve, transparente, brilhante, translúcida, efêmera, mágica e inquietante tanto quanto as relações, os sentimentos, os afetos, o amor, o ciúme, a saúde, a doença, a vida, suas rupturas e perdas.

Maravilhoso texto, intrigante físico de olhar interrogativo, distante, superficial, sem comprometimentos profundos, atento e desligado, delicado, delicadíssimo, de gestos imprecisos, de envolvimento e fuga, distâncias e cuidados.


Frases intrigantes.....algumas das....

· Insistência: A estrutura?

· Pensou em me beijar de leve....

· Perfume adocicado

· De rumo indefinido

· Ciúme inquietante

· Ele me olhou lá do seu mundo de estruturas: Bolhas....

· Sensação aflitiva de que algo faltava.....(a vida)

· Uma bola de cada vez – Amor calculado pq na afobação o sopro desencadeava o processo e em delírio de cachos escorriam pelo canudo e vinham rebentar na minha boca.

· Libélula na superfície da água......

· Eu ficava olhando seu gesto impreciso......

· Seu gesto delgado de envolvimento e fuga, parecia tocar mas guardava distância, cuidado, cuidadinho – ô paciência – a paixão.

· Amor superficial condenado a rupturas

· Como um homem como ele pôde gostar de uma mulher assim?

Gostei muito também de todo o cenário desenhado pela escritora, os cheiros, o quadro da exposição, o robe verde, as almofadas, a casa, o licor derramando = ciúme, a dor de cabeça, enfim......texto belíssimo!

Não gostei: “Ao lado, um livro aberto e cujo título, deixei para ler depois e não fiquei sabendo.” (?) Que livro poderia ser???

Oh, curiosidade mortal............




Comentários de Maria Elago (em 25/05/2009):

Um conto. Um conto publicado, guardado. Um conto literário.

Moral da estória?

Não se comportar como as personagens do conto: triângulo amoroso, aparente, pode ser que tenha mais pessoas nesse envolvimento passional que não estejam relatadas no conto.

Diálogos, pensamentos, comportamentos físicos sexuais, de andanças por bares, exposições artísticas, tudo isso sem compreensão de uma boa inteligência, ciumeira..etc.

Salienta algo forte nas pessoas: a comunicação de doença ou não, principalmente doenças terminais. Onde pessoas procuram, quem sabe, despertar o interesse na outra, para ver reação.

No caso, o físico do conto parece que se esforçava para comunicar que sua vida estava como uma bolha de sabão, quase a explodir. E ela? A interlocutora? Não o compreendia. Não discutiam a estrutura física da bolha de sabão e não entrava ela em associações outras.

Quando ela veio a saber de sua doença e foi procurá-lo, o conto nos mostra diferença de reações de relacionamentos diante da morte ou desencarne; as duas mulheres, o homem,

a situação.

POESIA DE PATATIVA DO ASSARÉ

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.

POESIA DE CORDEL DE PAULO GONDIM 18.01.2002

Enfim, a chuva chegou
Muitos sonhos
renovou
Fez a vida renascer
A vida quase esquecida
Dessa gente desvalida
Que nunca deixa o sertão
Mesmo sabendo da luta
Da vil e cruel labuta
Por um pedaço de pão

E o sol se esquivou
E dessa vez não queimou
O meu sofrido torrão
E água muita correu
A tudo depressa encheu
O sertão virou um mar!
Todo orgulhoso, sorriu
Assim como nunca viu
Tanta vida festejar

Mas a sorte aqui não muda
É cruel, feia e desnuda
É pura desolação
E no sertão é assim
Sem chuva, a seca ruim
Assola bichos e sonhos
Desalojando essa gente
Num castigar iminente
Em desalentos medonhos

E desta vez foi a chuva
Como a praga da saúva
Que tudo come sem dó
Tirou o sol do caminho
Acabou tudo igualzinho
Como o sol da outra vez
Levou tudo pela frente
Na estrondosa corrente
Destruindo o que se fez

Pois é assim no sertão
Tudo é sim ou tudo é não
Não há jeito nem saída
Quando o sol não lhe castiga
É a chuva por intriga
Que vem tudo devastar
Expulsa o pobre oprimido
De seu lugar tão querido
Para nunca mais voltar

E o sertanejo pergunta
Na dor que ao pranto se junta
Será que a sorte não muda?
Quando o sol lhe queima o rosto
Ou muita chuva é desgosto
Nunca sabe o que é melhor
Como já disse o “Patativa”
“Seca sem chuva é ruim”
“Mas seca d’água é pior”


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