terça-feira, 4 de agosto de 2009

ESPECTROS EM RETROSPECTO: O CINEMA COMO MEMÓRIA DE REGIMES AUTORITÁRIOS

DE 04 A 09/08
IDADE RECOMENDADA: 12 ANOS
INGRESSO: R$ 1,00 (INTEIRA) E R$ 0,50 (MEIA)


Como as sociedades lidam com a violência do passado recente? O cinema parece ter um papel importante para impedir que violações atrozes aos direitos humanos caiam no esquecimento. No Brasil, os fantasmas das violações passadas parecem assombrar mais ou menos a memória nacional conforme o período. Estamos prontos para escrutinar o passado e transformar esses velhos fantasmas em memória? A mostra pretende dar um panorama do cinema sobre o tema.

Realização: Núcleo de Estudos da Violência, Cinusp Paulo Emílio e Galeria Olido.
Apoio: Pró-Reitoria de Cultura e Extensão/USP, ANDHEP e Instituto Goethe.

Dia 04/08 – terça-feira

15h - Memória para uso diário
Brasil, 2007. Direção: Beth Formaggini. Documentário. 94’
Enquanto ouvimos relatos de longas buscas pelos corpos de desaparecidos políticos e vemos matérias de TV sobre a descoberta de valas comuns, acompanhamos a peregrinação de Ivanilda Veloso pelos arquivos oficiais em busca de provas de que seu marido, o líder sindical Itair José Veloso, fora assassinado pela repressão.

17h - O Caminho irracional
Alemanha, 2005. Direção: Thorsten Trimpop. Documentário. 95’
Em 1987, com 20 anos de idade, Mathias e Susanne empreenderam uma fracassada tentativa de fuga da Alemanha Oriental. Suse, melhor amiga deles, permaneceu na RDA. Somente 16 anos mais tarde, eles se reencontram.

19h30 - A História oficial
Argentina, 1985. Direção: Luis Puenzo. Ficção. 112’
Professora “burguesa” vivida por Norma Alejandro tem uma vida pacata até que começa a desconfiar que sua filha adotiva pode ser a filha sequestrada de ativistas mortos pela repressão.


Dia 05/08 – quarta-feira

15h - Sônia morta e viva
Brasil. 1985. Direção: Sérgio Waisman. Documentário. 45’
Trajetória da militante revolucionária Sônia Moraes Angel Jones.

15 filhos
Brasil, 1996. Direção: Maria Oliveira, Marta Nehring. 20’
A narrativa dos filhos de presos políticos, que contam traumas nunca superados.

17h - Vlado: 30 anos depois
Brasil, 2005. Direção: João Batista de Andrade. Documentário. 90’
Por meio de depoimentos, o documentário reconstrói o caso de tortura do jornalista Vladimir Herzog, morto numa cela do DOI-CODI em SP. Depoimentos de Leandro Konder, Paulo Markun, D. Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel e outros.

19h30 - Ação entre amigos
Brasil, 1998. Direção: Beto Brant. Ficção. 76’
Miguel convida três amigos para uma pescaria em uma cidade do interior do país, dissimulando inicialmente os reais motivos da viagem – encontrar o homem que acredita ser seu torturador.


Dia 06/08 – quinta-feira

15h - A morte e a donzela
EUA /Inglaterra/França, 1994. Direção: Roman Polanski. Ficção. 103’
Em plenos anos 90 em um país da América Latina uma mulher reconhece o homem que a torturou anos atrás. Ela o atrai até sua casa e o aprisiona, realizando então o julgamento do torturador.

17h - Em minha terra
Reino Unido/África do Sul, 2004. Direção: John Boorman. Ficção. 103’
Uma jornalista sul-africana e um jornalista norte-americano cobrem sessões das Comissões de Verdade e Reconciliação na África do Sul.

19h30 - O último a saber
Alemanha, 2006. Direção: Marc Bauder, Dörte Franke. Documentário. 72’
Um filme que revela a desconhecida história da “Freikauf”, operação de compra de prisioneiros políticos entre as duas Alemanhas.


Dia 07/08 – sexta-feira

15h - Vala comum
Brasil, 1994. Direção: João Godoy. Documentário. 30’
A partir de uma vala comum clandestina encontrada no Cemitério de Perus na cidade de São Paulo, um passado mantido oculto emerge para exumar uma parte da história recente do país.

Trás los pasos de Antígona
Argentina, 2002. Direção: Matt Aho. Documentário. 37’
Documentário sobre o trabalho desenvolvido pela Equipe Argentina de Antropología Forense, criada em 1984 para investigar o desaparecimento de pelo menos 10 mil pessoas durante a ditadura militar Argentina.

17h - Você também pode dar um presunto legal
Brasil. 1973. Direção.: Sérgio Muniz. Ficção/Doc., 40’
Foi finalizado na década de 70, mas só recentemente Sérgio Muniz trouxe a público este testemunho sobre a violência policial antes e durante o período da ditadura civil-militar brasileira.

19h30 - Cavallo entre rejas
Argentina/México, 2006. Direção: Susana Erenberg Rotbard, Laura Imperiale, María Inés Roqué Rodríguez. Documentário. 50’
O documentário conta a história de Ricardo Miguel Cavallo, torturador da Marinha e cúmplice da ditadura militar argentina. A verdadeira identidade de Cavallo foi descoberta em 2000 pelo governo da Cidade do México.


Dia 08/08 - sábado

17h - Que bom te ver viva
Brasil, 1989. Direção: Lucia Murat. Parte documentário, parte ficção. 100 minutos.
Mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavando os depoimentos verídicos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura.

19h - Cidadão Boilesen
Brasil, 2009. Direção: Chaim Litewski. Documentário. 92 minutos
O documentário traz à tona a história do industrial dinamarquês Henning Albert Boilesen (1916-1971), um dos empresários que financiava a Oban (Operação Bandeirante), organização montada pelo Exército para reprimir a luta armada.

Após a sessão, debate com a presença de:

Pedro Asbeg – Formado em Cinema, é um dos sócios da produtora Raça Filmes e produtor do filme Cidadão Boilensen.

Sergio Muniz – Documentarista. Colaborou no planejamento e instalação da Escola Internacional de Cine y TV (EICTV). Foi assessor cultural de Marilena Chaui na gestão da prefeita Luiza Erundina (1989-1992). Desenvolveu projetos de memória cinematográfica para o Museu da Imagem e do Som (1993-1995) e foi assessor de cinema no Memorial da América Latina (1995-2000).
João Godoy – Professor do Curso Superior do Áudio Visual do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, atua desde 1987 como técnico de som direto.
Marta Nehring – Mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada e doutora em Cinema pela Universidade de São Paulo. Publicou “Murilo Mendes, crítico de arte: a invenção do finito” (Nankin, 2003), entre outros textos. Além dos estudos acadêmicos, dirigiu os seguintes documentários: “15 Filhos” (1996), “Vizinhos” (2004); “A moda do centro” (2004) e “Brás, sotaques e desmemórias” (2006).

Dia 09/08 - domingo
15h - Missing - O desaparecido
EUA, 1982. Direção: Costa-Gravas. Ficção. 122’
Ao lado de sua nora Beth, Ed Horman viaja para o Chile para procurar seu filho, que desapareceu logo após um golpe de Estado. Aos poucos, ele descobre que não pode contar com a ajuda da própria embaixada americana no país.

17h - Matar a todos
Uruguai/Chile/Argentina/Alemanha, 2007. Direção: Esteban Shoroeder. Ficção. 92’
Baseado na história do químico chileno Eugenio Berríos que foi assassinado no Uruguai. O filme conta a história de Berríos a partir de uma juíza uruguaia que investiga o caso e suspeita que esteja se repetindo, já na democracia, a sinistra rede do Plano Condor.
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POESIA DE PATATIVA DO ASSARÉ

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.

POESIA DE CORDEL DE PAULO GONDIM 18.01.2002

Enfim, a chuva chegou
Muitos sonhos
renovou
Fez a vida renascer
A vida quase esquecida
Dessa gente desvalida
Que nunca deixa o sertão
Mesmo sabendo da luta
Da vil e cruel labuta
Por um pedaço de pão

E o sol se esquivou
E dessa vez não queimou
O meu sofrido torrão
E água muita correu
A tudo depressa encheu
O sertão virou um mar!
Todo orgulhoso, sorriu
Assim como nunca viu
Tanta vida festejar

Mas a sorte aqui não muda
É cruel, feia e desnuda
É pura desolação
E no sertão é assim
Sem chuva, a seca ruim
Assola bichos e sonhos
Desalojando essa gente
Num castigar iminente
Em desalentos medonhos

E desta vez foi a chuva
Como a praga da saúva
Que tudo come sem dó
Tirou o sol do caminho
Acabou tudo igualzinho
Como o sol da outra vez
Levou tudo pela frente
Na estrondosa corrente
Destruindo o que se fez

Pois é assim no sertão
Tudo é sim ou tudo é não
Não há jeito nem saída
Quando o sol não lhe castiga
É a chuva por intriga
Que vem tudo devastar
Expulsa o pobre oprimido
De seu lugar tão querido
Para nunca mais voltar

E o sertanejo pergunta
Na dor que ao pranto se junta
Será que a sorte não muda?
Quando o sol lhe queima o rosto
Ou muita chuva é desgosto
Nunca sabe o que é melhor
Como já disse o “Patativa”
“Seca sem chuva é ruim”
“Mas seca d’água é pior”


ACHADOS E PERDIDOS

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